Um dia destes vou transplantar a cabeça

Um dia destes vou-me entregar à ciência e propor que esta minha cabeça que tanto pensa, nem sempre bem mas adiante, me seja tirada e em seu lugar me seja dada a oportunidade de viver o resto dos meus dias com uma cabeça simples, arrumada, com pouco tráfego neural e de preferência, com circuitos nunca usados.

Caso  algo se manifeste no cortex pré frontal, prometo que desviarei todo o tráfego neural para zonas mais desanuviadas e que assegurarei que não há passagem pelo hipotálamo e arredores.

Caso a “cola inorgânica de polímeros” que fará o favor de restabelecer a comunicação com o resto de meu corpo não seque ou algo no género autorizo que se façam outras tentativas e que sejam usados quaisquer outros produtos, que até podem ser orgânico, desde cuspo a farinha Predilecta misturada com água e batata.

Consigo imaginar-me com a minha nova cabeça ou não seja a imaginação um dos principais problemas da actual. Vejo-me muito satisfeita, mas pelo sim pelo não vou ler isto antes.

HEAVEN: The head anastomosis venture                                                                    Project outline for the first human head transplantation with spinal linkage (GEMINI)

http://www.surgicalneurologyint.com/temp/SurgNeurolInt42335-243598_064559.pdf

Eu e o meu chefe é + desigualdade de género

Ora bem…estas coisas da igualdade de género tem muitas nuancezitas, lá isso têm.

Senão vejamos… eu, o meu chefe e a crise ou melhor, não há crise que acabe com o meu chefe (já comigo, a conversa é outra).

Cheguei aqui de manhãzinha, bem cedo e ataquei com a força de 3 cafés, 1 torrada e um Kiwi, os dossiers que ele teve a gentileza de me colocar no meio da secretária, deixando um dele aberto na 1ª página (uma simpática forma de me convidar a trabalhar, eu sei!). Pois, é exactamente porque já lhe conheço estes mecanismos subtis de dizer as coisas,  que o meu cortisol se começou a insinuar.

Ao lado, deixou-me uma garrafa de Água das Pedras. Só por esta tenho que lhe dizer, quando o vir por aqui:

– Ó chefinho, obrigada por cuidar da minha saúde. Com este gesto, o chefe tem toda a legitimidade para ir dissertar a um desses eventos onde se fala de Promoção da Saúde nos locais de trabalho sobre formas eficazes de motivar os colaboradores. Olhe que boa ideia!!!

Aposto que vai achar uma ideia brilhante, que o seu cortisol não se mexe 1 mm e que nada acontece ao nível do eixo simpático-adrenal-medular (SAM) nem do hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA).

Já comigo, as coisas são diferentes e hoje, quando comecei a sentir a presença do meu cortisol, era ainda cedo, por isso deixei-o espreguiçar-se, começar a misturar-se com o café enquanto comecei a perceber que lá para o meio-dia algo no meu sistema nervoso simpático havia de me levar a vir aqui escrevinhar umas coisas.

Et voilà, eu e o meu chefe… é mais uma desigualdade de género.!

NOTA: Para saber como não funciona o meu chefe

There Is No News Like Bad News: Women Are More Remembering and Stress Reactive after Reading Real Negative News than Men 

A solidão de viver e aprender online

Que se lixe a partilha, as redes e a conectividade!!!

Ando há uns dias a usar a solidão  como um espaço de pensamento livre… e gosto.

Uso aqui a palavra solidão com o mesmo sentido de Rainer Maria Rilke ” Ir dentro de si e não encontrar ninguém durante horas, é a isso que é preciso chegar.”

E isto porquê?

Porque tive que encontrar uma resposta, ao mesmo tempo eivada poeticamente e assumidamente verdadeira, que me tranquilizasse. E essa resposta veio da necessidade (minha, sem dúvida mas de outros humanos como eu, decerto) de poder muscular o meu pensamento reflexivo evitando o seu atrofiamento pela intensidade, rapidez e algum aborrecimento da vida online.

Quero lá saber da partilha… eu sou o Ser com quem fico à conversa durante horas sem me perder. A paciência que tenho comigo, a riqueza das minhas dúvidas existenciais, a produção divergente do meu pensamento são das melhores coisas que a vida online me proporciona… sem que ninguém me ouça.

PS: Ok… reconheço, vim aqui dizê-lo :))

Aprender com a realidade aumentada

A minha avó ia adorar saber que se pode Aprender combinando o real e o virtual, de forma interactiva e em tempo real com registo em 3D.

http://www.helloslide.com/embed/630

Ah… e já agora, trata-se de uma apresentação feita no Helloslide uma simpática aplicação onde o texto se transforma em voz, coisa muito útil para ser disponibilizada online ou mesmo se se ficar afónico num contexto presencial.

O talho do Sr. Sidónio é um PLE para mim

Sempre me senti bem com a actividade eléctrica da minha STG (leia-se circunvolução temporal superior) mas ultimamente quando vou ao talho do Sr. Sidónio sinto uma inquietação e dou comigo a pensar:

– “Um dia destes o Sr. Sidónio surpreende-me e lê-me o pensamento enquanto estou aqui à espera”.

Tenho para mim que o Sr. Sidónio é dono de uma imaginação enorme (já o talho é pequeno mas, sim, é dele) por isso quando me dizem que “existem provas de que a percepção e a imaginação podem ser muito semelhantes no cérebro” eu fico a fazer contas (não da forma profissional como o Sr. Sidónio faz, sem nunca, mas nunca se esquecer de fazer a prova dos nove) e digo para mim que, então, se essas duas andam enroladas lá no cérebro não tarda nadinha que o Sr. Sidónio esteja a sintetizar o som real daquilo em que eu estou a pensar enquanto espero que ele explique á D. Margarida o que são nitofuranos, e ensina a D. Gertrudes que pode matar a galinha de duas maneiras enquanto afirma convictamente que o melhor bife é o da vaca que é abatida quando está prenha.

É por isso que, com a ajuda de um frango ou de um perú o Sr. Sidónio, um destes dias, vai acabar por conseguir perceber que zonas do meu cérebro são activadas em cada momento e com que intensidade.

Como por via do Sr. Sidónio, este post não está lá muito acessível a quem não frequenta o talho do meu bairro, o melhor é lerem isto. http://static.publico.pt/docs/ciencia/pensamento.pdf

O talho do Sr. Sidónio é um PLE para mim.

Como é que o cérebro se adapta ao stress?

De tão nada nem sei se tenho cérebro, mas anyway, é sempre bom saber.

Como é que o cérebro se adapta ao stress? | ALERT® ONLINE – EN.

Há por aí alguém com um hipotálamo a funcionar?

Mesmo sabendo que  a bondade e a compaixão são coisas complexas (ainda mais do que eu…) e que não devem ser reguladas por um único gene atrevo-me a pôr o anúncio:

Se alguém, que tenha um hipotalamo a funcionar e que seja geneticamente bondoso o que equivale a dizer que é portador do alelo G do receptor de oxitocina, estiver a ler este post, denuncie-se, pois poder-se-á testar a troca de empatia.

E já agora até se testava o espectro afectivo que vai da punição à recompensa ou se calhar é melhor não, não se vá a bondade sentir-se marginalizada e desaparecer.

PS: Os candidatos devem apresentar-se munidos de uma proposta musical, cuja duração seja um múltiplo de 20 segundos.

ó chefe, vou mandá-lo às urtigas

Venho cá publicar este post da treta porque são agora precisamente 09.30h, altura em que os meus níveis de serotonina estão no seu máximo e eu não quero ser desmancha-prazeres.

Aqui o meu chefe apresentou-se ao trabalho com um kit de irritação assinalável e isso fez-me começar logo a produzir não vá ele querer medir a minha produtividade e reduzir-me o salário.

Como não tenho nenhum nano aparelhómetro que me ajude a ver a comunicação entre a amígdala cerebral do meu chefe e seu o córtex pré-frontal socorri-me de um truque artesanal: fixei-o nos olhos e fiquei a olhar para ele para aumentar assim o seu nível de irritação e ver como é que a voz da razão se manifestava.

Não manifestou e eu achei por bem mandá-lo às urtigas já que as ditas tem por lá muita serotonina.

PS: Para que não hajam dúvidas reafirmo convictamente… “eu adoro o meu chefe”.

os split-half das interacções

Se perdeu a confiança e anda por aí à procura de alguém que seja confiável, importa saber que as  pessoas confiáveis e generosas tem uma assinatura emocional onde o ingrediente maior é o constrangimento.

É assim uma espécie de cola com que se constrói a confiança.

Ao que parece, ficar embaraçado, sem saber o que dizer ou sentir-se  constrangido em situações de exposição pública até pode ser uma coisa boa.

Por isso não  vale a pena perder tempo a tentar ser mais comunicativo, mais extraovertido, mais exugerante ou whatever. .. no máximo ganhará o título de Miss Histérica ou Mr. Exibicionista.

O melhor mesmo é quando for à mercearia ou ao cabeleireiro ir-se treinando a  fazer split-half reliability tests.

PS: Atenção aos falsos tímidos, é claro!

 

Doodling… Rabiscar é preciso!

 

Ferramentas diárias de pensamento criativo

Recomendadas para rabiscar no espaço cerebral livre quando:

… se fala com alguém que ocupa pouco espaço nas nossas cabeças (não necessariamente sem interesse)

… se funciona em piloto automático (não necessariamente a atravessar o atlântico)

… se pensa sobre a vida (não necessariamente sobre o futuro)

… se bebe um café e come uma torrada (não necessariamente com manteiga)

… whatever…

A questão não está no insólito das situações mas na nossa capacidade de criar. Fazê-lo a partir duma colaboração entre o rabisco-visual e o padrão cognitivo, não é sinal de imbecilidade mas de inteligência.

Sobretudo quando a quantidade de informação é muito grande e o processamento exige profundidade… RABISQUEM.

PS: A água é para oxigenar e já agora para as pedras nos rins.

Rabiscar é adicionar emoções ao que se aprende.

Rabiscar é furar o inconsciente.

Se isto lhe interessar veja estes artigos recomendados aqui.

http://www.wired.com/wiredscience/2009/02/doodlerecall/

http://www.bottomlinesecrets.com/print.html?article_id=49122